Breve Resumo
A Dra. Maria Emília Gadelha Serra, presidente da Sociedade Brasileira de Ozonioterapia Médica, discute a ozonioterapia, uma especialidade recentemente aprovada no SUS, explicando sua história, como funciona, seus benefícios e as controvérsias em torno de sua aceitação na medicina. Ela aborda a base científica da ozonioterapia, sua segurança e eficácia, e a importância de fornecer informações precisas ao público.
- A ozonioterapia é uma técnica que utiliza uma mistura de oxigênio e ozônio para fins terapêuticos.
- Aprovada para uso no SUS, a ozonioterapia enfrenta resistência de alguns setores da medicina.
- A técnica tem aplicações em diversas áreas, incluindo tratamento de dores crônicas, infecções e cicatrização de feridas.
Apresentação da Dra. Maria Emília Gadelha Serra e Introdução à Ozonioterapia
A Dra. Maria Emília Gadelha Serra, presidente da Sociedade Brasileira de Ozonioterapia Médica, é apresentada como uma figura de destaque, especialmente após a aprovação da ozonioterapia como especialidade no SUS. A ozonioterapia, apesar de gerar polêmica, será discutida em detalhes, abordando o desconhecimento do público sobre a técnica e sua aplicação em diversas áreas da medicina.
Histórico e Desenvolvimento da Ozonioterapia
A ozonioterapia surgiu na Alemanha no final do século XIX, utilizando uma mistura de oxigênio e ozônio para tratar infecções antes do advento dos antibióticos. Durante a Primeira Guerra Mundial, foi amplamente utilizada para tratar feridas e amputações. Com o desenvolvimento dos plásticos após a Segunda Guerra, as vias sistêmicas da ozonioterapia foram aprimoradas, tornando-se a técnica utilizada atualmente em cerca de 50 países.
Como a Ozonioterapia Funciona e Suas Aplicações
A ozonioterapia utiliza um equipamento gerador de ozônio medicinal que, a partir de oxigênio puro, produz uma mistura de gases com até 5% de ozônio. Essa mistura aumenta a liberação de oxigênio nos tecidos e regula o sistema NRF2, que protege as células contra a inflamação. A técnica é eficaz no tratamento de dores crônicas, infecções (inclusive por superbactérias) e na cicatrização de feridas, como em casos de pé diabético, onde pode reduzir significativamente o risco de amputação.
Benefícios Preventivos e Tratamentos da Ozonioterapia
Além de tratar inflamações, dores e feridas, a ozonioterapia também possui um caráter preventivo, pois fortalece o sistema imunológico. Estudos mostram que ela pode reduzir o risco de amputação em diabéticos de 45% a 95%. O tratamento é complementar ao tratamento convencional, potencializando a proteção antioxidante e melhorando a oxigenação dos tecidos.
Aprovação da Ozonioterapia no Brasil e Polêmicas
A lei que permite a ozonioterapia no Brasil foi aprovada no Senado em 2017 e sancionada pelo presidente Lula, apesar da resistência de alguns médicos. A ozonioterapia já estava disponível no SUS para odontologia desde 2018. A regulamentação para todos os profissionais de saúde de nível superior visa ampliar seu uso, mas enfrenta críticas de "pseudocientistas" que alegam que o ozônio é tóxico e pode causar embolia, desinformando a população.
Processo Legal e Visitas a Hospitais em Portugal
A lei da ozonioterapia tramitou no Senado e na Câmara dos Deputados, com visitas de deputados a Portugal, onde a ozonioterapia é utilizada no sistema público de saúde desde 2003. O Hospital Fernando Fonseca, em Lisboa, recebeu o título de "Hospital sem Dor da Europa" devido aos benefícios da ozonioterapia no tratamento da dor crônica. A aprovação final no Senado ocorreu em julho, culminando com a sanção presidencial.
Disponibilidade da Ozonioterapia no SUS e Resistência
Com a sanção da lei, espera-se a ampliação do uso da ozonioterapia no SUS, embora atualmente esteja mais restrita à odontologia. A resistência de alguns médicos é vista como uma tentativa de criar medo e impedir o acesso da população a essa técnica. No entanto, estudos desde a década de 1980 mostram que a ozonioterapia é um dos procedimentos mais seguros na medicina.
Críticas e Evidências Científicas da Ozonioterapia
A repetição do argumento de que não existem evidências científicas da ozonioterapia é contestada pela Dra. Maria Emília, que destaca a existência de 26 revisões sistemáticas de boa qualidade, reunidas em um mapa de evidência científica publicado na revista Frontiers in Public Health. A ozonioterapia é utilizada como política de saúde em diversos países, como Cuba, Rússia, China, Portugal, Espanha, Itália e Alemanha, demonstrando sua eficácia e segurança.
Acesso à Ozonioterapia e Regulamentação
A ozonioterapia pode ser uma alternativa para quem busca tratamento para dores crônicas e outras condições, e estará disponível no SUS. Já existem milhares de profissionais capacitados no Brasil, incluindo médicos, dentistas, fisioterapeutas, biomédicos, biólogos, enfermeiros e farmacêuticos. A implantação no SUS depende da atualização da resolução do Conselho Federal de Medicina, que está analisando as evidências científicas e de segurança.
Informações Adicionais e Considerações Finais
Para mais informações, os interessados podem acessar os sites da Sociedade Brasileira de Ozonioterapia Médica (sobom.com.br e sobom.org). A Dra. Maria Emília destaca que a decisão do presidente Lula de sancionar a lei foi acertada, permitindo que a população tenha acesso a essa terapia. Ela ressalta que a ozonioterapia pode resolver problemas de saúde de forma sistêmica, como relatado por dentistas que observam melhoras em outras áreas do corpo de seus pacientes após tratamentos odontológicos com ozônio.

