NEUROPLASTICIDADE E APRENDIZAGEM I EP.: 43

NEUROPLASTICIDADE E APRENDIZAGEM I EP.: 43

Breve Resumo

Este vídeo explora a relação entre neuroplasticidade e aprendizagem, destacando como o cérebro se adapta e se modifica com novas experiências e conhecimentos. Aborda a importância de exercitar o cérebro para melhorar a capacidade de aprender, desmistificando a ideia de que a aprendizagem tem um limite de idade. Além disso, discute as contribuições de neurocientistas como Jerzy Konorski e Eric Kandel, e a relevância de integrar diferentes abordagens teóricas para entender o processo de aprendizagem.

  • A aprendizagem modifica a estrutura cerebral através de novas conexões sinápticas.
  • A neuroplasticidade permite que o cérebro se adapte e processe novos conhecimentos continuamente.
  • Exercitar o cérebro melhora a capacidade de aprender em qualquer idade.

Introdução: Neuroplasticidade e Aprendizagem

O vídeo começa com uma introdução ao tema da neuroplasticidade e aprendizagem, explicando como o cérebro se modifica e se adapta através da aquisição de novos conhecimentos. A sugestão para este tema veio da psicóloga Marisa Ferreira, que trabalha com educação e pedagogia. O Dr. Jucá destaca que ambos os temas são importantes, pois envolvem o funcionamento do cérebro e impactam significativamente nossas vidas e projetos.

O Papel do Cérebro na Aprendizagem

Para entender o papel do cérebro na aprendizagem, é crucial compreender que cada nova informação ou habilidade adquirida modifica o cérebro, criando novas conexões sinápticas. Neurônios específicos para cada aprendizado aumentam suas conexões, tornando-se mais robustos em rede, o que aumenta a capacidade de aprender. O exercício intelectual, assim como a atividade física, treina o cérebro, tornando-o mais apto a aprender continuamente.

Mitos da Aprendizagem e Neuroplasticidade

O neurocientista Francisco Mora, em seu livro "Neuroeducação", desmistifica a ideia de que a aprendizagem é limitada a uma certa idade. A neuroplasticidade, que é a capacidade do cérebro de se adaptar a novas situações e processar novos conhecimentos, permite um aprendizado contínuo. Aprender não só amplia os horizontes, mas também modifica a microestrutura cerebral, com o surgimento de novas conexões entre os neurônios.

Plasticidade Sináptica e as Contribuições de Jerzy Konorski

A plasticidade sináptica, termo cunhado pelo neurocientista polonês Jerzy Konorski em 1948, refere-se à capacidade dos neurônios de se conectarem e se comunicarem. Konorski postulou que, ao aprendermos, criamos novas conexões, preparando o cérebro para aprender ainda mais. Ele também desenvolveu o conceito de "neurônio gnóstico", que influenciou a teoria da célula avó, onde pequenos grupos de células guardam informações detalhadas sobre objetos do conhecimento.

Conhecimento Inato vs. Conhecimento Adquirido

Konorski propôs que alguns conhecimentos são inatos, ou seja, já vêm com a espécie humana, enquanto outros são adquiridos ao longo da vida. As conexões neurais próprias da nossa espécie trazem conceitos importantes, mas a neuroplasticidade permite adaptar essas conexões para acrescentar novos conhecimentos. O medo de cobras em bebês mamíferos é um exemplo de conhecimento inato, enquanto a educação e o estudo adicionam novos conhecimentos.

A Neurociência e a Aprendizagem ao Longo da História

Konorski estagiou com Pavlov e trabalhou com Skinner, mostrando como a neurociência e a aprendizagem sempre estiveram interligadas. Ao longo da história, houve um debate entre behavioristas, que veem o aprendizado como uma mudança de comportamento baseada em estímulos, e cognitivistas, que o encaram como a elaboração de processos internos profundos. A neuroplasticidade pode ser um elo entre essas abordagens, mostrando que o cérebro pode alterar seu comportamento através de estímulos e respostas, e que essas alterações consolidam o aprendizado.

Prêmio Nobel para Eric Kandel e a Comprovação Experimental da Neuroplasticidade

O Prêmio Nobel de Medicina de 2000 foi concedido a Eric Kandel por seus estudos sobre o aprendizado em uma lesma marinha (Aplysia californiana). Kandel observou alterações neuronais na estrutura neural da lesma após aprendizados, comprovando experimentalmente os postulados teóricos de Konorski. Isso demonstra que a neuroplasticidade é uma realidade cientificamente comprovada.

A Beleza da Neurociência na Educação

Conhecer os processos neurais não diminui a beleza do aprendizado, mas sim a enriquece. A neurociência não invalida a importância da interação entre professor e aluno, mas a valoriza, mostrando que aprender e ensinar modificam o cérebro dos estudantes. O professor se torna um facilitador e mediador da aprendizagem, modificando positivamente o cérebro de seus alunos.

Neuroplasticidade e Doenças

Em modelos experimentais de doenças como depressão e problemas de memória, observa-se uma diminuição das conexões entre os neurônios. A neuroplasticidade, ao promover novas conexões, melhora o ânimo e a capacidade de retenção de conhecimento. A atividade intelectual contínua, em todas as fases da vida, beneficia o cérebro, sendo um fator de proteção contra demências.

Testemunho Pessoal e a Recuperação Cerebral

O Dr. Jucá compartilha sua experiência como neurocirurgião, observando a capacidade do cérebro de adaptar suas funções após cirurgias. Habilidades perdidas devido a doenças podem ser recuperadas com o treinamento, com outras áreas cerebrais assumindo essas funções. Profissionais da educação, saúde e neurociência devem trabalhar juntos para favorecer a aprendizagem.

Conclusão: Integração de Teorias e a Prioridade no Estudante

As noções de neuroplasticidade não invalidam teorias de aprendizagem como a construtivista de Piaget. É importante considerar o contexto e o comportamento do indivíduo para facilitar o processo de aprendizagem. O vídeo encoraja a aprofundar-se no tema através de vasta bibliografia e a interagir com o canal para tirar dúvidas.

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